Materiais plásticos

 
O que é um polímero?

Provém das palavras gregas poli(muitas) + mero(unidades repetitivas). Quando se juntam as partes(monómero – molécula singular de cada polímero) e se ligam em cadeia, formam uma macromolécula(polímero). Pensemos no exemplo de uma parede que é formada por tijolos(monómeros) que se ligam entre si por cimento(ligações químicas) e formam uma parede(macromolécula – polímero)!
 

Definição de plástico

São materiais que contém, como componente principal, um polímero orgânico sintético e se caracterizam porque, embora sólidos à temperatura ambiente no seu estado final, em alguns estágios do seu processamento, tornam-se fluídos e possíveis de serem moldados, por ação isolada ou conjunta de calor e pressão. Esse ingrediente polimérico é chamado de resina sintética ou polímero - plástico.
 

De onde provém o plástico?

O plástico é um produto derivado do petróleo, onde sob condições controladas de temperatura e pressão consegue-se sintetizar os monómeros e criar, posteriormente, uma macromolécula desse monómero que foi sintetizado! Como curiosidade, 30 toneladas de petróleo sintetizam 1 tonelada de PP! 4% do petróleo consumido mundialmente, é usado na síntese de plástico! É um erro culpar a indústria de plásticos pelo consumo excessivo de combustíveis fósseis!

Enquadramento histórico

1862 – Descoberta da Parkesine (Alexander Parkes) (termoendurecível);
 

1909 – Descoberta do primeiro verdadeiro plástico Fenol-Formaldeído com a marca comercial de Bakelite – Leo Hendrik Baekeland;

1926 – Descoberta do PVC plasticisado (ajudantes no processamento, reduzem a viscosidade);

1927 – Descoberta do acetato de celulose (EVA);

1933 – Fawcett e Gibson descobrem o polietileno;

1936 – Descoberta do acrílico ou poli(metil metacrilato) - (PMMA);

1935 – Descoberta do polietileno de baixa densidade (LDPE) por Reginald Gibson e Eric Fawcett;

1935 – Carothers e a DuPont patenteiam a poliamida ou nylon (material muito resistente e mas com uma grande tendência a absorver humidade - instabilidade dimensional);

1937 – Descoberta do poli(uretano) com o nome comercial de Igamid. Otto Bayer e sua equipa descobrem e patenteiam o elemento químico do poliuretano;

1937 – Primeira produção comercial do poliestireno (boa processabilidade, boas propriedades mecânicas mas material frágil - quebradiço) por IG Farben na Alemanha;

1939 – Primeira produção industrial do poli(etileno) no Reino Unido produzida pela ICI;

1942 – É patenteado o primeiro poliéster insaturado também chamado de PET patenteado por John Rex Whinfield e James Tennant Dickson;

1951 – É introduzido o poli(etileno de alta densidade) por Paul Hogan e Robert Banks;

1948 – Produção do acrilonitrilo-butadieno-estireno (ABS);

1949 – Produção do poli(estireno) resistente ao impacto (HIPS – este tem incorporado na sua cadeia o butadieno, uma borracha que oferece assim uma melhor resistência ao impacto);

1951 – Descoberta do poli(propileno) (boa relação custo-propriedades mecânicas e boas propriedades elétricas e uma excelente processabilidade, grande variabilidade de velocidades de injeção (taxas de corte), temperaturas de fundido e de molde e bom flow path ratio)  por Paul Hogan e Robert Banks;

1957 – Produção do poli(propileno) por Montecatini usando os catalisadores Ziegler-Natta (estes catalisadores foram uma descoberta muito relevante para a indústria dos plásticos);

1958 – Primeira produção do poli(carbonato) (excelentes propriedades mecânicas, estabilidade dimensional e bom acabamento superficial, mas processabilidade muito difícil, alta viscosidade enquanto fluido e altas temperaturas de molde, superior a 80ºC) pela Bayer, GE e Sabic Innovative Plastics;

1958 – A Lego patenteia os blocos de montagem em acetato de celulose, mais tarde em acrilonitrilo-butadieno-estireno (excelente relação propriedades mecânicas, bom acabamento superficial e excelente processabilidade mas com um custo mais baixo do que o poli(carbonato));

1973 – Introdução das garrafas de armazenamento em PET (é um material muito bom em termos mecânicos e com baixa permeabilidade a fugas de CO2, o que é muito importante para a indústria da embalagem, muito usado em fibras para vestuário);

1977 – Produção do poli(éterétercetona) (excelentes propriedades mecânicas, excelente resistência a elevadas temperaturas, custo elevado e dificuldade no processamento, é nomeado como um material para aplicações especiais) pela ICI;

1985 – Introdução do polímero de cristais líquidos (LCP) (estes são caracterizados por terem uma elevada orientação molecular mesmo enquanto fluidos viscosos e têm assim excelentes propriedades mecânicas, à temperatura mas custo elevado e processabilidade difícil) baseado no poliéster.

Características dos plásticos

                                Tabela 1 - Principais características dos plásticos.

Características Comentários    
Baixas temperaturas de processamento Tipicamente entre 200 e 320ºC, nos metais são muito mais elevadas, revela poupança energética e maior flexibilidade no processamento, quer em termos de equipamentos como propriamente de instalações
Baixa densidade Tipicamente entre 900kg/m^3 e 2000kg/m^3, os metais andam por volta de 2700kg/m^3 para o alumínio e 7800kg/m^3 para o aço. Revela poupança de material para atingir o mesmo volume
Versátil Facilidade de formas leva a que seja muito usado para criações mais ‘diferentes’ em termos de aspeto do que os metais e outros materiais, maior liberdade de criação
Boa produtividade Tem a possibilidade de atingir uma grande cadência de produção, ideal para grandes séries de produção, reflete a vida moderna de hoje em dia

Fácil coloração

Com a presença de aditivos consegue-se atingir qualquer cor pretendida
Peças prontas a usar Pode-se ter uma facilidade de usar peças, mal acabam de ser processadas, poupando tempo e dinheiro em posteriores operações

Baixas propriedades mecânicas

Quando comparado com os metais os plásticos apresentam propriedades mecânicas mais baixas, tipicamente 0,9 a 4 GPa (materiais plásticos não-reforçados) de módulo de Young

Altamente viscosos

A viscosidade enquanto fluídos atinge um elevado grau, tendo implicações no processamento e no escoamento no interior do molde, quanto mais viscoso mais difícil o escoamento e maior a força de fecho que o molde necessita

Elevado coeficiente de expansão térmica

Conforme a temperatura a que está sujeito, o plástico apresenta uma elevada contração e expansão térmica elevada tendo consequências no projeto de peças/moldes e na aplicação das peças, sendo necessário conhecer perfeitamente este aspeto para se produzir peças com qualidade

Baixa condutividade térmica e elétrica

Tem uma baixa condutividade térmica, o que leva a dificuldade de processamento (tempo de arrefecimento é o que influencia mais o tempo de ciclo na injeção, aproximadamente 40 a 70% do tempo de ciclo) e à possibilidade de ser um bom isolante térmico e elétrico

Reações de polimerização

As macromoléculas do polímero são criadas através de um processo químico chamado de polimerização, onde os monómeros reagem entre si e formam ligações covalentes.

 

        Figura 1 - Reação de polimerização do eteno para formar o poli(etileno) - PE.

Existem duas formas de criar ligações entre as moléculas do plástico, a poliadição e a policondensação, são explicadas de seguida:

Poliadição

Dois monómeros que têm grupos funcionais diferentes e reagem entre si. Os monómeros reagem entre si formando dímeros e trímeros, que por sua vez também reagem e formam oligómeros. Como resultado, estes polímeros só são produzidos passado algum tempo, com elevada massa molecular.

                        Figura 2 - Reação de polimerização por adição.

Policondensação

Existe um centro ativo numa cadeia em crescimento que reage entre si. Os monómeros adicionam-se sequencialmente.

                         Figura 3 - Reação de polimerização por condensação.

Classificação dos plásticos

Os materiais plásticos podem ser dividos em 3 grandes grupos:

Termoplásticos, amolecem e fluem com a aplicação de temperatura, podem ser reciclados e processados várias vezes;

Termoendurecíveis, quando processados formam ligações cruzadas, impossíveis de serem processados novamente;

Elastómeros, apresentam ligações flexíveis com baixa viscosidade e altamente fluidos.

Os plásticos que vemos e mais usuais são os termoplásticos, onde se utlizam em equipamentos eletrónicos, componentes para automóveis, embalagens, logo, será sobre esta categoria de materiais que iremos aprofundar mais este estudo de materiais plásticos. Na figura 4, está presente uma classificação mais usual para esta matéria-prima.

Figura 4 - Classificação mais usual dos plásticos e dos termoplásticos.

Dentro dos termoplásticos existem os:

Grande consumo: são caracterizados por terem um grande consumo de matéria-prima, tipicamente são processados em todas as formas como extrusão (filamentar, tubolar, filme e folha), moldação-sopro (baseada na extrusão e na injeção), termoformação (molde macho ou fêmea) e moldação por injeção (para embalagens). Estes apresentam baixas propriedades mecânicas, são pouco resistentes a elevadas temperaturas de serviço e têm baixa estabilidade dimensional. Esta categoria enquadra os seguintes polímeros: poliolefinas (PE, PP (homo e copolímero)), estirénicos (PS, HIPS), PVC (plasticisado e não-plasticisado);


De engenharia: materiais que se distinguem dos de grande consumo por terem melhores propriedades mecânicas, e melhor resistência a elevadas temperaturas de serviço, mas são mais caros do que os materiais de grande consumo. Tipicamente são processados por moldação por injeção e além disso apresentam grande estabilidade dimensional, aparte dos Nylon's (absorvem muita humidade). Dentro destes apresentam-se os Nylon's (poli(amida)), Acetal (POM - poli(óxido de metileno)), poli(carbonato), copolímeros de estireno (ABS, SAN, ASA), polímeros poliésteres (PBT e PET), PTFE (poli(tetrafluor de etileno)) e PMMA - poli(metil metacrilato);


Para aplicações especiais: para aplicações onde alta resistência mecânica e elevadas temperaturas e ambiente agressivo como químicos estão muito presentes. Dentro desta categoria incluem-se: PI (poli(imida)), PEEK (poli(éterétercetona)), PAR (poli(arilato)), PPO (poli(óxido de fenileno)), PSU (poli(sulfona)), LCP (polímeros de cristais líquidos).

Estrutura das moléculas - amorfo ou semi-cristalino

Os materiais plásticos podem ser classificados nas duas seguintes formas de estruturais das moléculas, amorfo ou semi-cristalino. É  o aspeto mais importante num material plástico  - a sua estrutura molecular, se é amorfo ou semi-cristalino, ou seja, o primeiro aspeto é pensar para um material plástico é se é amorfo ou semi-cristalino – fica aqui na tabela seguinte as diferenças de características. A título de importância, no arrefecimento na moldação por injeção, um Nylon necessita de maior tempo de arrefecimento do que um PC, pois um é semi-cristalino (Nylon) e o outro é amorfo (PC), isto para o mesmo molde de injeção (a mesma espessura de peça). Vamos também ver que só alguns polímeros termoplásticos podem cristalizar, e que mesmo estes nunca geram formas lamelares perfeitas. Por esta razão estes polímeros são designados de semi-cristalinos: eles são constituídos por zonas cristalinas (as lamelas) e por zonas amorfas interlamelares.

                       Figura 5 - Estrutura molecular, amorfo e semi-cristalino.

                    Figura 6 - Classificação dos plásticos, amorfo e semi-cristalino.

        Tabela 2 - Principais características dos plásticos amorfos e semi-cristalinos.

Amorfos Semi-cristalinos
Amolecimento progressivo - agitação térmica das moléculas quebra ligações secundárias. A taxa aque isto acontece é dependente da estrutura e
da temperatura a que está exposto. Na termoformação aquece-se o material acima de Tg.
Rápido amolecimento - a estrutura regular das moléculas resulta numa quebra molecular simultânea das cadeias.
Usualmente transparente - a sua estrutura química permite que a luz a atravesse e é assim transparente Usualmente opaco - a diferença do índice de refração das duas fases (amorfa e cristalina) causa interferência e por isso o materarial é opaco e translúcido. O PET é semi-cristalino, mas tem uma temperatura de molde baixa, não deixando cristalizar, sendo desta forma transparente.
Baixa contração - todos os termiplásticos são processados no estadoa amorfo. Na solidificação, o arranjo molecular aleatório produz uma baixa contração. E uma contração mais controlada. Tem maior estabilidde dimensional. Alta contração - à medida que o material solidifica passando do estado amorfo para o estado cristalinoas moléculas ordenam-se e ficam empacotadas. Isto produz uma significativa contração na estrutura. Isto leva a uma alta contração. E uma contração menos controlada. Para o ângulo de saída do molde é menor, pois contrai menos do que os amorfos.
Baixa resistência química - a estrtura alestória permite que os químicos penetrem no seu interior levando à quebra de ligações. O PC é um exemplo flagrante deste problema. Alta resistência química - a estrutura cristalina e empacotada deste material previne e resiste melhor quimicamente. As poliolefinas são um bom exemplo desta característica. Para aplicações onde a resistência química é fator preponderante. deve escolher-se um polímero semi-cristalino.
Baixa resistência à fadiga - a estrutura aleatória contribui para uma pior performance no que toca à fadiga e à fricção. Boa resistência à fadiga e à fricção - a estrutura uniforme é responsável por uma boa performance à fadiga e à fricção. O POM é um bom exemplo desta característica. Para articulações integrais usam-se ou o POM ou o PP devido à grande resistência à fadiga.
Poli(cloreto de vinilo) PVC
Poli(estireno) PS
Poli(carbonato) PC
Acrílico (PMMA)
Acrilonitrilo-butadieno-estireno (ABS)
Poli(óxido de metileno) POM
Nylon PA
Poliolefinas PE PP
Poli(ésteres) PBT PET
PTFE

----------------------------------------------------------------------------------------------------

De seguida expõe-se de forma sistemática, todos os diferentes polímeros, estes estão divididos por características principais, características relevantes, propriedades mecânicas e exemplos de aplicações. Para um bom entender do processo é necessário ter-se grande conhecimento de materiais e este separador tem como objetivo diferenciar cada um e conhecer-se as suas especificidades. Para o projeto de uma peça, a escolha correta do material, mediante um exaustivo levantamento de especificações, é importantíssimo.

 

Materiais de grande consumo [Poliolefinas (PE e PP); PVC; PS e HIPS; EVA]

 

Poliolefina (Poli(etileno))

 

Características principais - Poli(etileno) é um termoplástico que amolece entre as temperaturas de 80 a 130ºC com uma densidade menor que a água. É rígido mas tem uma moderada resistência mecânica, é um excelente isolante elétrico e tem muito boas propriedades de resistência química. Para certas aplicações é translúcido ou opaco mas em filmes finos, extrudido, pode ser transparente, arrefecimento rápido, não tem assim, tempo de cristalizar.

Figura 6 - Estrutura química do PE.

• Boa processabilidade [baixas temperaturas de processamento e baixa viscosidade enquanto fluido];
• Baixo custo;
• Razoavelmente translúcido para filmes finos;
• Livre de odores e toxicidade para aplicações agrícolas;
• De flexível (Polietileno de baixa densidade) a resistente e duro (Polietileno de alta densidade);
• Mantém as propriedades abaixo de -50ºC;
• Praticamente indestrutível, no entanto, fragiliza sob ação dos UV, podendo ser estabilizado com a incorporação de anti-UV;
• Não absorve água;
• Boas propriedades elétricas;
• Boa resistência química, contra quase todos os solventes;
• Permeabilidade ao vapor de água muito baixa (ideal para aplicações de embalagem);
• Baixa estabilidade dimensional (logo é considerado material de grande consumo e não de engenharia).
 
Características relevantes - hoje em dia, existem centenas de graus de polietileno, que diferem de propriedades entre si, num aspeto ou noutro. Estas diferenças são deste género:

• Variação do grau de cadeia molecular do polímero;

• Variação da cadeia mais longa do polímero;

• Variação da massa molecular média;

• Variação da distribuição da massa molecular;

• Variação na presença de impurezas de resíduos de polimerização, que podem ser combinados com a cadeia do polímero e baixar propriedades.

Mais recentemente desenvolvido é o polietileno linear de baixa densidade que é virtualmente livre de longas cadeias mas contém cadeias curtas como resultado da copolimerização do etileno com pequenos graus de alkano como oct-l-ene. Diferenças na massa molecular leva a grandes diferenças nas propriedades de um material polimérico, e sobretudo no polietileno. Quanto maior a massa molecular, mais pontos de atração e mais entrelaçamentos moleculares, maior é a viscosidade e melhores propriedades mecânicas terá.

Existe um melhoramento na resistência ao environmental stress cracking quando se aumenta o peso molecular. A oxidação do polietileno leva a mudanças estruturais que podem ocorrer a temperaturas tão baixas como 50ºC. A exposição do polietileno à radiação ultra-violeta pode causar embraquecimento do polímero. Esta tendência para oxidar, leva a que seja exposto ao ambiente, muito pouco enquanto estão fluidos. O alto grau de cristalinidade, leva a que, seja atingido altos graus de contração na fase de arrefecimento, levando a grande necessidade de tempo de arrefecimento, é um material semi-cristalino. Aproximadante ¾ do polietileno consumido é processado por extrusão, filme e sacos plásticos.

Propriedades mecânicas - são muito dependentes do grau de cristalização que é o grau de empacotamento das moléculas. À medida que aumentam a densidade e o grau de polimerização vê-se uma melhoria das propriedades mecânicas, de tal forma:

• Aumenta a dureza, rigidez e a temperatura máxima de serviço;

• Diminui a resistência ao impacto a baixas temperaturas, aumenta a temperatura de transição vítrea (Tg), fica menos negativa.

                Tabela 3 - Algumas características físicas do PE e seus derivados.

  PEAD PELBD PEBD
Densidade (g/cm^3) 0,94-0,97 0,91-0,93 0,92-0,93
Tf (ºC) 130-135 120-130 105-115
Tg (ºC) -90 -100 -110

Ao passo que diferenças nas cadeias curtas ramificadas e no grau de cristalinidade afetam largamente as propriedades, diferenças no peso molecular vai afetar características que dependem da deformação, como a tensão de rotura, alongamento na rutura ou a  viscosidade de fluído e temperatura de rotura.

                            Figura 7 - Exemplos de aplicações de PEBD.

                            Figura 8 - Exemplos de aplicações de PEAD.

 

Poliolefina (poli(propileno))

 

Características principais - O poli(propileno) é um hidrocarboneto linear contendo pouca ou nenhuma insaturação. Portanto não é de surpreender que o polietileno e o polipropileno tenham muitas semelhanças nas suas propriedades, particularmente no comportamento em solução e nas propriedades elétricas.

Figura 9 - Estrutura química do PP.

• Mais rígido e duro do que o polietileno;
• Resistência ao impacto mais baixa, principalmente a baixas temperaturas;
• Temperatura máxima de utilização 110 ºC. Com estabilização pode ser ainda superior;
• Boas propriedades elétricas, tal como o polietileno;
• Não tem tendência para a fissuração sob tensão;
• Resistência química mais baixa do que o polietileno;
• Boa resistência ao environment stress cracking.
 
[copolímero] Existe a possibilidade de incorporar na cadeia monómeros de etileno, consegue-se melhorar assim a resistência química do copolímero resultante mas perde nas propriedades mecânicas;
• Copolímero com etileno
• Copolímero de blocos: 5-15% etileno

Resistência ao impacto a baixas temperaturas (-20 ºC)

• Polímero aleatório: 1-7% etileno; Menor ponto de fusão; Maior flexibilidade; Brilho e transparência melhorados

Características relevantes - Por exemplo o uso de átomos de carbono terciários providencia oxidação que leva a uma menor estabilidade ao oxigénio, comparando com o polietileno; Ao passo que o polipropileno atático é amorfo e parecido com borracha, o polipropileno isotático é rígido, altamente cristalino e com um alto ponto de fusão. Dentro de um intervalo de polímeros comerciais, existe um grande prevalência de material isotático o que leva a uma grande cristalinidade e um maior ponto de fusão, rigidez, tensão de rotura, módulo e dureza; Em geral, quanto menores as estruturas cristalinas maior é a transparência e a resistência à flexibilidade mas menor é a rigidez e a resistência à temperatura.

Estudos de propriedades de fluidos do polipropileno indicam que é mais não-newtoniano que o polietileno e a sua viscosidade diminui mais rapidamente com o aumento da taxa de deformação; Devido à sua tendência para oxidar, o tempo de residência deve ser mantido no mínimo, pode-se usar no processamento o chamado atraso na plasticização.

Propriedades mecânicas - embora um aumento no peso molecular leve a um aumento da viscosidade de fluido e na resistência ao impacto, em consonância com a maioria dos outros polímeros, leva a um baixar de resistência à cedência, baixa a dureza e a rigidez e também o ponto de fusão, como curiosidade se baixarmos a densidade 1% o módulo de elasticidade baixa em 4%.

                                Tabela 4 - Propriedades mecânicas do PP.

Propriedade Homopolímero     Copolímero  
MFI 3,0 0,7 0,2 3,0 0,2
Resistência mecânica (MPa) 34 30 29 29 25
Alongamento na rotura (%) 350 115 175 40 240
Módulo à flexão (MPa) 1310 1170  1100 1290 1030
Rockwell Hardness 95,0 90,0 90,0 95,0 88,5
Resistência ao impacto (J) 34 46 46 57,5 -

Exemplos de aplicações

                        Tabela 5 - Exemplos de aplicações de diferentes PPs.

Tipo de carregamento Aplicações
PP c/ carbonato de cálcio Mobiliário de jardim
Tabuleiros
Brinquedos
PP c/ talco

Carcaças e componentes para eletrodomésticos

Mobiliários de jardim

Indústria automóvel (ventoinhas, carcaças para sistemas elétricos, condutas de ar)

Componentes para máquinas de lavar

PP c/ fibras Indústria automóvel (ventoinhas, carcaças, cobertura)
Tambores de máquinas de lavar roupa
Peças técnicas
PP modificado impacto Indústria automóvel (baterias, para-choques, spoilers)
Carcaças de ferramentas

                                    Figura 10 - Exemplos de aplicações do PP.

 

Acetato de etileno-vinil (EVA)

 

Características principais - É um copolímero de etileno e acetato de vinil. Com percentagens de acetato de vinil que variam de 10 a 40%, com o restante de etileno. É um polímero que se assemelha a um elastómero na fluidez e flexibilidade, no entanto pode ser processado como um termoplástico. É uma borracha termoplástica.

• O material possui boa claridade e brilho;

• Boas propriedades mecânicas mesma a baixas temperaturas;

• Resistente ao environmental stress cracking;

• Boas propriedades de adesivo e resistente à água;

• Resistente aos raios UV;

• Este material tem um odor distintivo e é comparável aos produtos de borracha em muitas aplicações da indústria elétrica;

• Neste material, aumentando a percentagem de acetato de vinil até 50% torna o material menos cristalino e progressivamente mais borrachoso.

 

Figura 11 - Estrutura química do EVA.

Características relevantes - A presença de acetato de vinil reside no facto de as cadeias reduzirem a regularidade e levando a um controlo mais efetivo da regularidade da cristalinidade; Tanto os copolímeros reforçados com filamentos ou não reforçados, apresentam uma boa flexibilidade, mesmo a baixas temperaturas, e apresentam boas propriedades mecânicas e na ausência de plasticisador providencia uma clara vantagem sob o PVC plasticisado em algumas aplicações; Este material é considerado uma modificação do polietileno de baixa densidade, onde o custo do monómero introduz uma irregularidade na estrutura, reduzindo a cristalinidade e aumentando a flexibilidade, a processabilidade e nos casos de filme, o brilho superficial.

Propriedades mecânicas

                    Tabela 6 - Propriedades mecânicas do EVA.

Propriedade Ionómero Acetato de etileno-vinil Acrilato de etileno-vinil Unidade
Densidade 0,93 0,93-0,95 0,93 -
Tensão de cedência 2,2 1,3 1,05 10^3 lbf/in^2
Módulo 28-40 11 6 10^3 lbf/in^2
Forma natural de fratura Dúctil Dúctil Dúctil -
Temperatura de amolecimento 71 83 64 ºC
ASTM temperatura de brilho -100 -70 -100 ºC
Fator de potência 10^2 Hz 0,0015 0,0024 0,001 -
Constante dielétrica 2,5 2,8 2,8 -

                    Tabela 7 - Propriedades mecânicas do EVA [continuação].

Propriedade - % etileno 29% 32% 38% 44%
Densidade 1,21 1,19 1,17 1,14
Tf (ºC) 188 183 173 164
Tg (ºC) 62 61 58 55
Tensão de cedência (MPa) 96 89 75 62
Alongamento na rotura (%) 75-150 100-200 >180 >280
Módulo de elasticidade (MPa) 3900 3700 3100 2700
Permeabilidade ao oxigénio        
0% 0,23 0,30 0,53 1,20
25% 0,80 0,90 1,4 2,6

                        Figura 12 - Exemplos de aplicações do EVA.

 

PVC (plasticisado e não-plasticisado)

 

Características principais - É um interessante paradoxo que um dos últimos polímeros sintetizados e disponíveis comercialmente, seja, em termos de consumo um dos mais importantes hoje em dia.  É um material que conseguiu este sucesso devido à descoberta de estabilizadores de processamento e outros aditivos que o tornou num termoplástico processável.

• É mais vulgarmente processado por extrusão, porque é mais difícil jogar com as temperaturas de processamento na injeção e a decomposição térmica liberta ácido clorídrico corrosivo;

• Utilizado para componentes que têm de ser resistentes à chama e auto-extinguíveis, ou com requisitos de resistência química (soluções salinas, muitos ácidos, bases, gasolina, óleos minerais, gorduras e álcool);

• PVC rígido: duro e rígido como o PS, ligeiramente menos frágil;

• PVC plasticisado: a rigidez depende do tipo e quantidade de plasticisador;
• Geralmente é frágil a baixas temperaturas;

• Mesmo o PVC rígido não pode ser utilizado acima de 60-70 ºC;

• Ligeira tendência para fissurar sob tensão;

• Pode ser transparente.
 
 
                Figura 13 - Estrutura química do PVC.
 
Características relevantes - Graus individuais do material podem, no entanto, diferirem no peso molecular, a distribuição do peso molecular, tamanho das partículas, tamanho  e distribuição e a presença de impurezas; Regra geral, pode ser dito que para um alto peso molecular leva a melhores propriedades mecânicas com resistência mas também um aumento na viscosidade de fluido; Como nos polímeros comerciais as maiores diferenças, são, talvez, não as diferenças na estrutura molecular mas nas características da partícula, a sua forma, distribuição de tamanho e porosidade. Estas diferenças afetam de forma considerável o comportamento de processamento do material.
 
Propriedades mecânicas - as propriedades mecânicas são consideravelmente afetadas pelo tipo de plasticisador e pela quantidade presente no polímero.~
 
                    Tabela 8 - Propriedades mecânicas do PVC.
  PVC não-plasticisado PVC copolímero de folha PVC 50 p.h.r. DIOP
Densidade 1,4 1,35 1,31
Resistência à cedência (MPa) 58 48 19
Alongamento na rotura (%) 5 5 35
Vicat ponto de amolecimento 80 70 Flexível na temperatura ambiente

 

• PVC não-plasticisado é um material mais rígido do que o plasticisado que é mais flexível e mesmo uma borracha sob grandes carregamentos. É de interesse a incorporação de pequenas quantidades de plasticisador, isto é, menos de 20%, não se consegue compostos que resistam melhor ao impacto do que graus de PVC não-plasticisados, de facto, a resistência ao impacto aparenta ser mínima para uma concentração de 10% de plasticisador;
• Como resultado deste comportamento, graus pouco plasticisados são usados quando é mais importante o processamento do que atingir boas propriedades ao impacto.
 
Exemplos de aplicações
Não-plasticisado
     Figura 14 - Exemplos de aplicações de PVC não-plasticisado.
 
Plasticisado
     Figura 15 - Exemplos de aplicações de PVC plasticisado.
 
 
Estireno (PS e HIPS)
 
 
Características principais - A história do poliestireno é muito semelhante à história do século 20, mais do que qualquer outro material plástico. Em 1930, a BASF, instalou uma fábrica para produzir 100 ton. de poliestireno por ano e em 1933 foram injetadas as primeiras peças neste material. Este tem como vantagens, um bom isolamento elétrico que tem melhorado, cada vez mais, até anos dias de hoje. Em termos de consumo é o quarto material mais popular, apenas atrás do PP, PE e PVC.

 

• Baixo custo;

• Baixas temperaturas de processamento – boa processabilidade, por isso consegue-se boas características de processamento, bom flow path ratio;

• Excelente facilidade de coloração;
 
• Elevada transparência (material amorfo) - a posição específica do anel benzeno é suficiente para impedir a cristalização do material;
 
• Rigidez;
 
• Baixa absorção de água;
 
• Boas características de resistência elétrica;
 
• Baixa condutividade térmica.
 
Figura 16 - Estrutura química do PS.
 
    Figura 17 - Polimerização em massa do PS.
 
Características relevantes

 

• Com base no monómero de estireno foram desenvolvidos outros materiais como o poliestireno de impacto melhorado, nomeadamente através da inserção de uma borracha (butadieno) no material, ficando conhecido como o high impact polystyrene. Foi também desenvolvido o poliestireno expandido, com boas propriedades de isolante térmico e acústico, para embalagem;

• O estireno reage com grandes químicos e grandes reações químicas. Tem uma forte tendência para polimerizar no calor e na exposição a raios UV (terá de ser aditivado com protetor anti-UV);
• O poliestireno pode ser dividido em 4 grandes grupos: graus gerais (características ponderadas), graus de alto peso molecular, graus de elevada resistência ao calor e graus de elevada fluidez (baixa viscosidade enquanto fluido);
• A natureza do hidrocarboneto puro dá ao material uma excelente resistência elétrica e de isolamento, como também uma baixa absorção de água. Estas características são mantidas mesmo em ambientes húmidos;
• A resistência química do poliestireno não é tão boa como a resistência química das poliolefinas, o facto das poliolefinas serem semi-cristalinas e o PS amorfo tem uma contribuição decisiva para o fator de resistência química;
• Muitos materiais, em particular ácidos, álcool, óleos, cremes cosméticos e elementos de cozinha, vão causar fissuras e quebra e em alguns casos decomposição química. Para se verificar a sua resistência química deve-se consultar o folhetim do material fornecido pelo seu fabricante.
 
Propriedades mecânicas
 
                            Tabela 9 - Propriedades mecânicas do PS.
Propriedade Método de teste Grau geral Alto peso molecular Alta resistência à temperatura Alta fluidez (baixa viscosidade)
Tensão de cedência (MPa) ASTM D. 638 - 58T 40-48 / 6-7 45-52 / 6,5-7,5 45-52 / 6,5-7,5 40-48 / 6-7
Alongamento (%)

ASTM D: 638 – 58T

1,0-2,5 / 35

1,0 – 2,5 / 35

 1,0-2,5 / 38

1,0-2,5 / 35

Módulo de elasticidade à tração (MPa)

ASTM D.638 – 58T

5,0 5,0 5,5 5,0
Módulo de elasticidade à flexão (MPa)

ASTM D. 790 – 58T

9-11 / 62/76 69-83 / 10-12 76-97 / 11-14 62-76 / 9-11
Resistência ao impacto (ft lbf in^-1) BSI493 0,25-0,35 0,25-0,35 0,25-0,35 0,25-0,35

Exemplos de aplicações

                            Figura 18 - Exemplos de aplicações do PS.

 

Materiais de engenharia (PC; acetal – POM; Nylon – PA; PBT/PET; PTFE; PMMA)

 

Poli(carbonato) - PC

 

Características principais - Pela reação de polihidróxido e de compostos carbónicos e derivados de ácido, uma série de polímeros relacionados podem ser produzidos com carbonato, estes são referidos como policarbonatos. Como resultado de uma intensa investigação, a GE produziu policarbonatos derivados do bisfenol-A e então em 1958 a produção de bisfenol-A foi começada tanto na Alemanha como nos EUA. A GE e a Bayer controlam cerca de 75% do mercado com os seus produtos Lexan e Makrolon. Os graus de policarbonato podem divergir em termos de peso molecular, na presença de um composto secundário de polihidróxido e na presença de aditivos. Devido à sua complicada estrutura química, que envolve grandes custos de produção, o policarbonato baseado no bisfenol-A atingiu uma papel muito especial nos materiais plásticos.

• Rígido até temperatura de 140ºC;

• Resistente até temperatura de 140ºC;

• Alta transparência;

• Muito boas características de isolamento elétrico;

• Virtualmente auto-extinguível;

• Fisiologicamente inerte;

• Excelente estabilidade térmica;

• Excelente acabamento superficial.

Tem como principais desvantagens:

• Ser mais caro que os materiais de grande consumo como PP, PE e PVC (também não tem como principais funções entrar em concorrência com este tipo de materiais pois tem melhores propriedades mecânicas, estabilidade térmica e de acabamento superficial);
 
• Deve ter-se muito cuidado no processamento (elevadas temperatura de processamento e de molde e elevada viscosidade enquanto fluido – baixo flow path ratio);
 
• Possível degradação por amarelecimento (tem de ser aditivado com anti-UV);
 
• Baixa resistência a químicos – material amorfo.
 
                Figura 19 - Estrutura química do PC.

 

Características relevantes

• A molécula rígida de bisfenol-A leva a altas temperaturas de fusão (Tm) (225 a 250ºC) e a uma alta temperatura de transição vítrea (Tg) (145ºC). Normalmente a temperatura de transição vítrea alta por volta de dois terços da temperatura de fusão;
 
• Se o polímero for aquecido por uma intensa temperatura entre 80 a 130ºC existe um pequeno aumento na densidade e por sua vez existe uma diminuição no volume livre. O que leva a um decréscimo na resistência ao impacto;
 
• O limitado grau de cristalinidade é outro fator que contribui para a rigidez do polímero;
 
• Dependendo da concentração e do tipo da fibra de reforço, as moldações aumentaram a rigidez, a resistência à flexão, o módulo de elasticidade e a resistência à fadiga mas com menor contração e coeficiente de expansão térmica. Estas duas últimas características permitem a obtenção de peças com grande estabilidade dimensional, nomeadamente a nível térmico;
 

• A resistência ao impacto do policarbonato baseado no bisfenol-A tem uma grande dependência da temperatura;

• Os policarbonatos têm um grande volume de resistividade devido à baixa absorção de água e são pouco afetados pela humidade;
 
• Tem uma grande viscosidade enquanto fluido o que leva a que o equipamento seja muito resistente, elevadas pressões geradas no enchimento e o suporte do molde deve ter um diâmetro maior que o normal;
 
• A viscosidade aparente é menos dependente da taxa de corte do que para outros materiais, bem como no aumento da temperatura a viscosidade é menos reduzida, mesmo assim é notório o baixar da viscosidade com o aumento da temperatura de processamento;
 
• Regra geral, a deformação das moldações é reduzida pelo uso de altas temperaturas, máquinas pré-plasticisadas e altas taxas de velocidade de injeção e moldes muito quentes ( por vezes superior a 100ºC);
 
• O policarbonato enquanto fluido adere ao metal e se for arrefecido no cilindro ou na extrusora, ele contrai, e deve-se retirar todas as peças para limpeza. Sendo necessário purgar todo o equipamento com um polietileno, depois do processamento;
 
•  Outros polímeros são rígidos, outros são transparentes, outros são ainda mais rígidos e mais transparentes, mas o policarbonato baseado no bisfenol-A é o único material que pode combinar estas propriedades, com um custo razoável;
 
• Com densidades tão baixas como 0,6 g/cm^3 é possível atingir uma boa rigidez e moldações livre de tensões residuais com uma boa relação entre resistência à flexão e peso que é o dobro da maioria dos materiais metálicos;
 
• As misturas baseadas no estireno com policarbonato foram originalmente usadas para aumentar a resistência ao impacto e melhorar a resistência ao environment stress cracking. Mais recentemente tem sido utilizado percentagens de 10 a 50% de SAN ou ABS. Misturas de policarbonato com ASA tem sido também muito populares (Luran-BASF);
 
• Utiliza-se as misturas de policarbonato com ABS para baixar temperaturas de processamento, melhorar o acabamento superficial, reduzir o custo da resina mantendo boas propriedades mecânicas e boa capacidade de atingir adequadas tolerâncias dimensionais, mantendo uma baixa propensão para empeno e contração e baixa aborção de água.
 
                            Tabela 10 - Propriedades mecânicas do PC.
Propriedade Unidade Método de teste Graus não-reforçados   Graus reforçados com FV  
Peso molecular - - Baixo Médio-alto - -
% de fibra de vidro - - Nill Nill 20 35
Densidade - DIN 53479 1,2 1,2 1,33 1,44
Resistência à tração (-30ºC) MPa DIN 53455 83-90 83-90 - -
Resistência à tração (23ºC) MPa ASTM D. 638 65 65 110 127
Resistência à tração (100ºC) MPa ASTM D. 678 55 55 - -
Alongamento na cedência % ASTM 53455 6 6-7 6 4,5
Alongamento na rotura % DIN 53455 110-120 80-120 8,5 2,7
Módulo de elasticidade MPa DIN 53455 2400 2400 59000 10000
Tensão cedência na flexão MPa DIN 53452 93 93 - -
Tensão de rotura na flexão MPa DIN 53452 - - 150 210
Resistência impacto Izod ft lbf ASTM D. 256 - 56 12-16 15-18 ca 2,5 ca 2,5
Sem entalhe impacto Izod kgf cm cm^-2 DIN 53455 (22ºC) no fail na fail - 50

Exemplos de aplicações

                                    Figura 17 - Exemplos de aplicações do PC.

 

 Copolímeros baseados no estireno (ABS, ASA, SAN)

 ABS (acrilonitrilo-butadieno-estireno)

 

Características principais - São adequados para muitas utilizações de equipamentos elétrico-eletrónico. Como consequência, um leque alargado de materiais referidos como ABS ficou disponível nos anos de 1950. Desde esse tempo, este polímero ficou bem estabelecido, com uma produção na ordem de 3x10^3 toneladas por ano, apenas superado pelos quatro mais populares, PE; PP; PVC e PS. Em particular, o material ficou indicado para aplicações de housings de equipamento eletrónico e elétrico. Vai derivar as boas propriedades mecânicas e tenacidade ao acrilonitrilo, o bom acabamento superficial à borracha de butadieno e a facilidade de processamento e rigidez ao estireno.

• Boa resistência ao impacto;
• Boa rigidez;
• Excelente acabamento superficial, fornecido essencialmente pela borracha de butadieno;
• Excelente estabilidade dimensional a elevadas temperaturas, daí ser considerado em aplicações mais exigentes;
• Boa resistência química, devido a esta característica é usado com uma mistura de ABS e PC, este último tem pouca resistência química;
• Boa resistência ao environment stress cracking, pode ser usado para aplicações onde existam grande variância de temperaturas;
 
• Tem como desvantagens principais:
• Baixa transparência;
• Baixa resistência ambiental;
• Baixa resistência à chama.
 
                                Figura 18 - Estrutura química do ABS.
 
Características relevantes
 
• Hoje em dia, o termo ABS refere-se a um produto consistindo numa ligação cruzada de uma borracha de polibutadieno embebidas numa matriz de SAN (estireno-acrilonitrilo);
• Através da variação dos compostos da percentagem dos compostos de acrilonitrilo-butadieno-estireno pode-se variar as propriedades da resina, nomeadamente, a processabilidade, a rigidez e a resistência à temperatura;
•  Nos anos mais recentes, tem existido uma grande procura por uma variedade de graus especiais de ABS, por exemplo para produtos com resistência à chama melhorada. Esta melhoria consegue-se de duas formas: pela incorporação de aditivos anti-flamabilidade e pela incorporação de PVC (muito boa resistência à chama) na cadeia do ABS.
 
Propriedades mecânicas
 
                                 Tabela 11 - Propriedades mecânicas do ABS.
Propriedade Unidade Grau geral de PS PS de médio impacto PS de alto impacto Estireno-acrilonitrilo ABS de médio impacto ABS de alto impacto MBS
Densidade - 1,05 1,05 1,02 1,06 1,04-1,07 1,01-1,04 1,07-1,10
Resistência à cedência MPa 52 35 14 40-70 38-48 24-40 40-55
Módulo de elasticidade MPa 3900 3250 1750 3700 2000-3000 1500-2000 1700-2500
Resistência ao impacto ft lbf in^-1 0,25 0,6 4,5 0,3-0,6 1,0-6,5 7,0 -
Vicat - ponto de amolecimento ºC 100 94 94 106 100-108 104 96-99
Exemplos de aplicações
                                Figura 19 - Exemplos de aplicações do ABS.

 

Poli(metil metacrilato) - PMMA

 

Características principais - Poli(metacrilato de metileno) é, comercialmente, o membro mais importante do leque de polímeros de acrílico que podem ser considerados como derivados do ácido acrílico. Em 1901, Otto Rohm reportou no seu estudo os polímeros acrílicos na sua tese doutoral. O seu interesse nestes materiais, no entanto, não acabou nesta fase e eventualmente em 1927 o Rohm e Hass fizeram em Darmstadt, Alemanha a produção limitada de polimetil acrilato sob o nome comercial de Acryloid e Plexigum.

• Transparente;
• Frágil;
• Duro;
• Boas propriedades mecânicas.
 
 
Figura 20 - Estrutura química do PMMA.
 

 

Este é muitas vezes comparado ao vidro, fica aqui as principais diferenças:

• PMMA é menos denso; a sua densidade varia entre 1150 e 1190 kg/m³. Isso é menos que metade da densidade do vidro, que varia entre 2400 e 2800 kg/m³;

• PMMA tem uma maior resistência ao impacto que o vidro e não se estilhaça, mas pode quebrar em grandes pedaços;

• PMMA é mais macio e tem menor proteção ao risco que o vidro. Isso pode ser contornado por filmes anti-risco;

• PMMA é produzido e processado a temperaturas mais baixas que o vidro: somente 240-250 °C sob pressão atmosférica; Ao contrário do vidro, o PMMA não filtra a luz ultravioleta. PMMA transmite luz UV abaixo dos 300 nm. As moléculas do PMMA têm uma grande estabilidade comparado, por exemplo, com o poli(carbonato);

• PMMA transmite luz na frequência do infravermelho acima dos 2800 nm. Luz infravermelha de grande comprimento de onda, acima dos 25 000 nm, é bloqueada. Fórmulas especiais de acrílicos coloridos existem para permitir a transmissão de comprimentos de onda específicos no espectro do infravermelho, enquanto bloqueia luz visível (380 a 750 nm) para serem utilizadas por exemplo em controlos remotos.

Características relevantes

• Cerca de 1930, R. Hill na Inglaterra e W. Bauer na Alemanha prepararam independentemente o PMMA e definiram que este é rígido, transparente e potencialmente aplicável em peças de aviões;
• É mais reconhecido que o material é mais sindiotático que atático;

• Substitutos no átomo de carbono-a é restrito à cadeia de flexibilidade mas, relativamente pequeno leva a uma maior Tg do que o poli(etileno);

• Em consequência de uma Tg de 10´ºC com a sua natureza amorfa, PMMA comercial é então duro e transparente em condições normais de uso.

• Devido ao polímero ser polar não tem propriedades de isolamento elétrico comparado com o polietileno. Devido ao facto de os grupos polares serem encontrados num lado da cadeia não existe solidificação na Tg e o polímero tem maior constante dielétrica e fator de potência em temperaturas inferiores à Tg;

• Dificuldades podem, no entanto, ocorrer na dissolução de folha de PMMA devido ao alto peso molecular;

• Como indicado, o PMMA é duro, rigido e um material transparente. Graus comerciais tem grande resistência às condições ambientais comparado com outros termoplásticos;
• Como seria de esperar de polímeros termoplásticos polares, as propriedades mecânicas, elétricas e outras propriedades são fortemente dependentes da temperatura, taxa de deformação e da humidade;
• PMMA é reconhecido como sendo mais resistente que o poliestireno (depois de considerado em testes de laboratório e em experiências comuns) mas é menos resistente que o acetato de celulose e os polímeros ABS;
• A viscosidade de fundido em temperaturas de processamento empregadas é consideravelmente maior que o poliestireno, polietileno e o PVC plasticisado. Isto significa que o equipamento usado deve ser mais robusto e capaz de gerar maior pressão; A viscosidade de fundido é mais sensível à temperatura que a maior parte dos termoplásticos e isto significa que se consegue mais exatidão, consistência e reprodutibilidade, é também necessário um bom controlo da temperatura no equipamento.
• Hoje em dia, um grande leque de materiais acrílicos estão disponíveis com um grande espetro de propriedades. A palavra acrílico, em alguns casos referido como um adjetivo hoje em dia, pode ter significados diferentes para as pessoas. Na indústria de plásticos, é comumente apelidado de polimetil metacrilato, mas a palavra tem diferentes significados, a fibra química até à indústria de pintura e de adesivos. Pode, no entanto ser uma fonte de confusão;

• É também uma boa aplicação para aplicações onde boa aparência, boa rigidez e boas propriedades mecânicas são requisitos a considerar-se para justificar o custo extra quando comparado com os materiaks de grande consumo;

• A folha extrudida é mais barata que a folha individual mas devido à existência de alguma orientação molecular, é menos satisfatório oticamente e mais difícil de maquinar.

Propriedades mecânicas

                            Tabela 13 - Propriedades mecânicas do PMMA.

Propriedade Unidade ASTM método de teste Folha de acrílico Composição de moldação Copolímero
Peso molecular - -

≈ 10^6

≈ 60000 -
Densidade - D.792 1,19 1,18 1,17
Resistência mecânica MPa D.638 - 10,5 -
Módulo de elasticidade MPa - 3000 2400 2750
Resistência à flexão MPa - 140 - 130
Módulo flexão MPa - 2750 2750 -
Dureza hardness - D.785 M.100 M.103 -
Dureza riscamento - D.570 - 2-3 -
Absorção de água % em 24h D.570 0,2 0,3 0,25
Izod resistência impacto ft lbf in^-1 B.S. - 0,4 -
Vicat ponto de amolecimento ºC - - 109-112 -
Calor de deflexão ºC D.648 100 85-95 80

 

Figura 21 - Propriedades mecânicas do PMMA em ordem à temperatura.

Exemplos de aplicações

• As principais aplicações são para alta transmissão de luz e as excelentes propriedades de resistência ambiental;
• É um bom material para aplicações onde boa aparência estética e razoável rigidez onde são considerados para justificar os custos extra do polímero comparado com os plásticos de alto consumo;
• Enquanto o mercado é dividido entre produtos moldados por injeção e produtos extrudidos em folhas é feito marcadamente em folha em 1997 nos EUA, sendo estimado que menos de 25% dos produtos em PMMA foram produzidos de folha de material extrudido;•
• Na Europa Ocidental, o mercado tem sido dividido em aplicações automóvel (30%), enegenharia de iluminação 20 a 25%, indústria de construção 15%, indústria ótica 10 a 15% e bens de consumo 8 1 10% e outras 15%;
• O material é indicado para painéis de iluminação de sinais, de uso interno e externo.
                        Figura 22 - Exemplos de aplicações do PMMA.