Materiais plásticos
Provém das palavras gregas poli(muitas) + mero(unidades repetitivas). Quando se juntam as partes(monómero – molécula singular de cada polímero) e se ligam em cadeia, formam uma macromolécula(polímero). Pensemos no exemplo de uma parede que é formada por tijolos(monómeros) que se ligam entre si por cimento(ligações químicas) e formam uma parede(macromolécula – polímero)!
Definição de plástico
De onde provém o plástico?
O plástico é um produto derivado do petróleo, onde sob condições controladas de temperatura e pressão consegue-se sintetizar os monómeros e criar, posteriormente, uma macromolécula desse monómero que foi sintetizado! Como curiosidade, 30 toneladas de petróleo sintetizam 1 tonelada de PP! 4% do petróleo consumido mundialmente, é usado na síntese de plástico! É um erro culpar a indústria de plásticos pelo consumo excessivo de combustíveis fósseis!
Enquadramento histórico
1909 – Descoberta do primeiro verdadeiro plástico Fenol-Formaldeído com a marca comercial de Bakelite – Leo Hendrik Baekeland;
1926 – Descoberta do PVC plasticisado (ajudantes no processamento, reduzem a viscosidade);
1927 – Descoberta do acetato de celulose (EVA);
1933 – Fawcett e Gibson descobrem o polietileno;
1936 – Descoberta do acrílico ou poli(metil metacrilato) - (PMMA);
1935 – Descoberta do polietileno de baixa densidade (LDPE) por Reginald Gibson e Eric Fawcett;
1935 – Carothers e a DuPont patenteiam a poliamida ou nylon (material muito resistente e mas com uma grande tendência a absorver humidade - instabilidade dimensional);
1937 – Descoberta do poli(uretano) com o nome comercial de Igamid. Otto Bayer e sua equipa descobrem e patenteiam o elemento químico do poliuretano;
1937 – Primeira produção comercial do poliestireno (boa processabilidade, boas propriedades mecânicas mas material frágil - quebradiço) por IG Farben na Alemanha;
1939 – Primeira produção industrial do poli(etileno) no Reino Unido produzida pela ICI;
1942 – É patenteado o primeiro poliéster insaturado também chamado de PET patenteado por John Rex Whinfield e James Tennant Dickson;
1951 – É introduzido o poli(etileno de alta densidade) por Paul Hogan e Robert Banks;
1948 – Produção do acrilonitrilo-butadieno-estireno (ABS);
1949 – Produção do poli(estireno) resistente ao impacto (HIPS – este tem incorporado na sua cadeia o butadieno, uma borracha que oferece assim uma melhor resistência ao impacto);
1951 – Descoberta do poli(propileno) (boa relação custo-propriedades mecânicas e boas propriedades elétricas e uma excelente processabilidade, grande variabilidade de velocidades de injeção (taxas de corte), temperaturas de fundido e de molde e bom flow path ratio) por Paul Hogan e Robert Banks;
1957 – Produção do poli(propileno) por Montecatini usando os catalisadores Ziegler-Natta (estes catalisadores foram uma descoberta muito relevante para a indústria dos plásticos);
1958 – Primeira produção do poli(carbonato) (excelentes propriedades mecânicas, estabilidade dimensional e bom acabamento superficial, mas processabilidade muito difícil, alta viscosidade enquanto fluido e altas temperaturas de molde, superior a 80ºC) pela Bayer, GE e Sabic Innovative Plastics;
1958 – A Lego patenteia os blocos de montagem em acetato de celulose, mais tarde em acrilonitrilo-butadieno-estireno (excelente relação propriedades mecânicas, bom acabamento superficial e excelente processabilidade mas com um custo mais baixo do que o poli(carbonato));
1973 – Introdução das garrafas de armazenamento em PET (é um material muito bom em termos mecânicos e com baixa permeabilidade a fugas de CO2, o que é muito importante para a indústria da embalagem, muito usado em fibras para vestuário);
1977 – Produção do poli(éterétercetona) (excelentes propriedades mecânicas, excelente resistência a elevadas temperaturas, custo elevado e dificuldade no processamento, é nomeado como um material para aplicações especiais) pela ICI;
1985 – Introdução do polímero de cristais líquidos (LCP) (estes são caracterizados por terem uma elevada orientação molecular mesmo enquanto fluidos viscosos e têm assim excelentes propriedades mecânicas, à temperatura mas custo elevado e processabilidade difícil) baseado no poliéster.
Características dos plásticos
Tabela 1 - Principais características dos plásticos.
Características | Comentários |
Baixas temperaturas de processamento | Tipicamente entre 200 e 320ºC, nos metais são muito mais elevadas, revela poupança energética e maior flexibilidade no processamento, quer em termos de equipamentos como propriamente de instalações |
Baixa densidade | Tipicamente entre 900kg/m^3 e 2000kg/m^3, os metais andam por volta de 2700kg/m^3 para o alumínio e 7800kg/m^3 para o aço. Revela poupança de material para atingir o mesmo volume |
Versátil | Facilidade de formas leva a que seja muito usado para criações mais ‘diferentes’ em termos de aspeto do que os metais e outros materiais, maior liberdade de criação |
Boa produtividade | Tem a possibilidade de atingir uma grande cadência de produção, ideal para grandes séries de produção, reflete a vida moderna de hoje em dia |
Fácil coloração |
Com a presença de aditivos consegue-se atingir qualquer cor pretendida |
Peças prontas a usar | Pode-se ter uma facilidade de usar peças, mal acabam de ser processadas, poupando tempo e dinheiro em posteriores operações |
Baixas propriedades mecânicas |
Quando comparado com os metais os plásticos apresentam propriedades mecânicas mais baixas, tipicamente 0,9 a 4 GPa (materiais plásticos não-reforçados) de módulo de Young |
Altamente viscosos |
A viscosidade enquanto fluídos atinge um elevado grau, tendo implicações no processamento e no escoamento no interior do molde, quanto mais viscoso mais difícil o escoamento e maior a força de fecho que o molde necessita |
Elevado coeficiente de expansão térmica |
Conforme a temperatura a que está sujeito, o plástico apresenta uma elevada contração e expansão térmica elevada tendo consequências no projeto de peças/moldes e na aplicação das peças, sendo necessário conhecer perfeitamente este aspeto para se produzir peças com qualidade |
Baixa condutividade térmica e elétrica |
Tem uma baixa condutividade térmica, o que leva a dificuldade de processamento (tempo de arrefecimento é o que influencia mais o tempo de ciclo na injeção, aproximadamente 40 a 70% do tempo de ciclo) e à possibilidade de ser um bom isolante térmico e elétrico |
Reações de polimerização
As macromoléculas do polímero são criadas através de um processo químico chamado de polimerização, onde os monómeros reagem entre si e formam ligações covalentes.
Figura 1 - Reação de polimerização do eteno para formar o poli(etileno) - PE.
Existem duas formas de criar ligações entre as moléculas do plástico, a poliadição e a policondensação, são explicadas de seguida:
Poliadição
Dois monómeros que têm grupos funcionais diferentes e reagem entre si. Os monómeros reagem entre si formando dímeros e trímeros, que por sua vez também reagem e formam oligómeros. Como resultado, estes polímeros só são produzidos passado algum tempo, com elevada massa molecular.
Figura 2 - Reação de polimerização por adição.
Policondensação
Existe um centro ativo numa cadeia em crescimento que reage entre si. Os monómeros adicionam-se sequencialmente.
Figura 3 - Reação de polimerização por condensação.
Classificação dos plásticos
Os materiais plásticos podem ser dividos em 3 grandes grupos:
Termoplásticos, amolecem e fluem com a aplicação de temperatura, podem ser reciclados e processados várias vezes;
Termoendurecíveis, quando processados formam ligações cruzadas, impossíveis de serem processados novamente;
Elastómeros, apresentam ligações flexíveis com baixa viscosidade e altamente fluidos.
Os plásticos que vemos e mais usuais são os termoplásticos, onde se utlizam em equipamentos eletrónicos, componentes para automóveis, embalagens, logo, será sobre esta categoria de materiais que iremos aprofundar mais este estudo de materiais plásticos. Na figura 4, está presente uma classificação mais usual para esta matéria-prima.
Figura 4 - Classificação mais usual dos plásticos e dos termoplásticos.
Dentro dos termoplásticos existem os:
Grande consumo: são caracterizados por terem um grande consumo de matéria-prima, tipicamente são processados em todas as formas como extrusão (filamentar, tubolar, filme e folha), moldação-sopro (baseada na extrusão e na injeção), termoformação (molde macho ou fêmea) e moldação por injeção (para embalagens). Estes apresentam baixas propriedades mecânicas, são pouco resistentes a elevadas temperaturas de serviço e têm baixa estabilidade dimensional. Esta categoria enquadra os seguintes polímeros: poliolefinas (PE, PP (homo e copolímero)), estirénicos (PS, HIPS), PVC (plasticisado e não-plasticisado);
De engenharia: materiais que se distinguem dos de grande consumo por terem melhores propriedades mecânicas, e melhor resistência a elevadas temperaturas de serviço, mas são mais caros do que os materiais de grande consumo. Tipicamente são processados por moldação por injeção e além disso apresentam grande estabilidade dimensional, aparte dos Nylon's (absorvem muita humidade). Dentro destes apresentam-se os Nylon's (poli(amida)), Acetal (POM - poli(óxido de metileno)), poli(carbonato), copolímeros de estireno (ABS, SAN, ASA), polímeros poliésteres (PBT e PET), PTFE (poli(tetrafluor de etileno)) e PMMA - poli(metil metacrilato);
Para aplicações especiais: para aplicações onde alta resistência mecânica e elevadas temperaturas e ambiente agressivo como químicos estão muito presentes. Dentro desta categoria incluem-se: PI (poli(imida)), PEEK (poli(éterétercetona)), PAR (poli(arilato)), PPO (poli(óxido de fenileno)), PSU (poli(sulfona)), LCP (polímeros de cristais líquidos).
Estrutura das moléculas - amorfo ou semi-cristalino
Os materiais plásticos podem ser classificados nas duas seguintes formas de estruturais das moléculas, amorfo ou semi-cristalino. É o aspeto mais importante num material plástico - a sua estrutura molecular, se é amorfo ou semi-cristalino, ou seja, o primeiro aspeto é pensar para um material plástico é se é amorfo ou semi-cristalino – fica aqui na tabela seguinte as diferenças de características. A título de importância, no arrefecimento na moldação por injeção, um Nylon necessita de maior tempo de arrefecimento do que um PC, pois um é semi-cristalino (Nylon) e o outro é amorfo (PC), isto para o mesmo molde de injeção (a mesma espessura de peça). Vamos também ver que só alguns polímeros termoplásticos podem cristalizar, e que mesmo estes nunca geram formas lamelares perfeitas. Por esta razão estes polímeros são designados de semi-cristalinos: eles são constituídos por zonas cristalinas (as lamelas) e por zonas amorfas interlamelares.
Figura 5 - Estrutura molecular, amorfo e semi-cristalino.
Figura 6 - Classificação dos plásticos, amorfo e semi-cristalino.
Tabela 2 - Principais características dos plásticos amorfos e semi-cristalinos.
Amorfos | Semi-cristalinos |
Amolecimento progressivo - agitação térmica das moléculas quebra ligações secundárias. A taxa aque isto acontece é dependente da estrutura e da temperatura a que está exposto. Na termoformação aquece-se o material acima de Tg. |
Rápido amolecimento - a estrutura regular das moléculas resulta numa quebra molecular simultânea das cadeias. |
Usualmente transparente - a sua estrutura química permite que a luz a atravesse e é assim transparente | Usualmente opaco - a diferença do índice de refração das duas fases (amorfa e cristalina) causa interferência e por isso o materarial é opaco e translúcido. O PET é semi-cristalino, mas tem uma temperatura de molde baixa, não deixando cristalizar, sendo desta forma transparente. |
Baixa contração - todos os termiplásticos são processados no estadoa amorfo. Na solidificação, o arranjo molecular aleatório produz uma baixa contração. E uma contração mais controlada. Tem maior estabilidde dimensional. | Alta contração - à medida que o material solidifica passando do estado amorfo para o estado cristalinoas moléculas ordenam-se e ficam empacotadas. Isto produz uma significativa contração na estrutura. Isto leva a uma alta contração. E uma contração menos controlada. Para o ângulo de saída do molde é menor, pois contrai menos do que os amorfos. |
Baixa resistência química - a estrtura alestória permite que os químicos penetrem no seu interior levando à quebra de ligações. O PC é um exemplo flagrante deste problema. | Alta resistência química - a estrutura cristalina e empacotada deste material previne e resiste melhor quimicamente. As poliolefinas são um bom exemplo desta característica. Para aplicações onde a resistência química é fator preponderante. deve escolher-se um polímero semi-cristalino. |
Baixa resistência à fadiga - a estrutura aleatória contribui para uma pior performance no que toca à fadiga e à fricção. | Boa resistência à fadiga e à fricção - a estrutura uniforme é responsável por uma boa performance à fadiga e à fricção. O POM é um bom exemplo desta característica. Para articulações integrais usam-se ou o POM ou o PP devido à grande resistência à fadiga. |
Poli(cloreto de vinilo) PVC Poli(estireno) PS Poli(carbonato) PC Acrílico (PMMA) Acrilonitrilo-butadieno-estireno (ABS) |
Poli(óxido de metileno) POM Nylon PA Poliolefinas PE PP Poli(ésteres) PBT PET PTFE |
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De seguida expõe-se de forma sistemática, todos os diferentes polímeros, estes estão divididos por características principais, características relevantes, propriedades mecânicas e exemplos de aplicações. Para um bom entender do processo é necessário ter-se grande conhecimento de materiais e este separador tem como objetivo diferenciar cada um e conhecer-se as suas especificidades. Para o projeto de uma peça, a escolha correta do material, mediante um exaustivo levantamento de especificações, é importantíssimo.
Materiais de grande consumo [Poliolefinas (PE e PP); PVC; PS e HIPS; EVA]
Poliolefina (Poli(etileno))
Características principais - Poli(etileno) é um termoplástico que amolece entre as temperaturas de 80 a 130ºC com uma densidade menor que a água. É rígido mas tem uma moderada resistência mecânica, é um excelente isolante elétrico e tem muito boas propriedades de resistência química. Para certas aplicações é translúcido ou opaco mas em filmes finos, extrudido, pode ser transparente, arrefecimento rápido, não tem assim, tempo de cristalizar.
Figura 6 - Estrutura química do PE.
• Variação do grau de cadeia molecular do polímero;
• Variação da cadeia mais longa do polímero;
• Variação da massa molecular média;
• Variação da distribuição da massa molecular;
• Variação na presença de impurezas de resíduos de polimerização, que podem ser combinados com a cadeia do polímero e baixar propriedades.
Mais recentemente desenvolvido é o polietileno linear de baixa densidade que é virtualmente livre de longas cadeias mas contém cadeias curtas como resultado da copolimerização do etileno com pequenos graus de alkano como oct-l-ene. Diferenças na massa molecular leva a grandes diferenças nas propriedades de um material polimérico, e sobretudo no polietileno. Quanto maior a massa molecular, mais pontos de atração e mais entrelaçamentos moleculares, maior é a viscosidade e melhores propriedades mecânicas terá.
Existe um melhoramento na resistência ao environmental stress cracking quando se aumenta o peso molecular. A oxidação do polietileno leva a mudanças estruturais que podem ocorrer a temperaturas tão baixas como 50ºC. A exposição do polietileno à radiação ultra-violeta pode causar embraquecimento do polímero. Esta tendência para oxidar, leva a que seja exposto ao ambiente, muito pouco enquanto estão fluidos. O alto grau de cristalinidade, leva a que, seja atingido altos graus de contração na fase de arrefecimento, levando a grande necessidade de tempo de arrefecimento, é um material semi-cristalino. Aproximadante ¾ do polietileno consumido é processado por extrusão, filme e sacos plásticos.
• Aumenta a dureza, rigidez e a temperatura máxima de serviço;
• Diminui a resistência ao impacto a baixas temperaturas, aumenta a temperatura de transição vítrea (Tg), fica menos negativa.
Tabela 3 - Algumas características físicas do PE e seus derivados.
PEAD | PELBD | PEBD | |
Densidade (g/cm^3) | 0,94-0,97 | 0,91-0,93 | 0,92-0,93 |
Tf (ºC) | 130-135 | 120-130 | 105-115 |
Tg (ºC) | -90 | -100 | -110 |
Ao passo que diferenças nas cadeias curtas ramificadas e no grau de cristalinidade afetam largamente as propriedades, diferenças no peso molecular vai afetar características que dependem da deformação, como a tensão de rotura, alongamento na rutura ou a viscosidade de fluído e temperatura de rotura.
Figura 7 - Exemplos de aplicações de PEBD.
Figura 8 - Exemplos de aplicações de PEAD.
Poliolefina (poli(propileno))
Características principais - O poli(propileno) é um hidrocarboneto linear contendo pouca ou nenhuma insaturação. Portanto não é de surpreender que o polietileno e o polipropileno tenham muitas semelhanças nas suas propriedades, particularmente no comportamento em solução e nas propriedades elétricas.
Figura 9 - Estrutura química do PP.
Resistência ao impacto a baixas temperaturas (-20 ºC)
• Polímero aleatório: 1-7% etileno; Menor ponto de fusão; Maior flexibilidade; Brilho e transparência melhorados
Características relevantes - Por exemplo o uso de átomos de carbono terciários providencia oxidação que leva a uma menor estabilidade ao oxigénio, comparando com o polietileno; Ao passo que o polipropileno atático é amorfo e parecido com borracha, o polipropileno isotático é rígido, altamente cristalino e com um alto ponto de fusão. Dentro de um intervalo de polímeros comerciais, existe um grande prevalência de material isotático o que leva a uma grande cristalinidade e um maior ponto de fusão, rigidez, tensão de rotura, módulo e dureza; Em geral, quanto menores as estruturas cristalinas maior é a transparência e a resistência à flexibilidade mas menor é a rigidez e a resistência à temperatura.
Estudos de propriedades de fluidos do polipropileno indicam que é mais não-newtoniano que o polietileno e a sua viscosidade diminui mais rapidamente com o aumento da taxa de deformação; Devido à sua tendência para oxidar, o tempo de residência deve ser mantido no mínimo, pode-se usar no processamento o chamado atraso na plasticização.
Propriedades mecânicas - embora um aumento no peso molecular leve a um aumento da viscosidade de fluido e na resistência ao impacto, em consonância com a maioria dos outros polímeros, leva a um baixar de resistência à cedência, baixa a dureza e a rigidez e também o ponto de fusão, como curiosidade se baixarmos a densidade 1% o módulo de elasticidade baixa em 4%.
Tabela 4 - Propriedades mecânicas do PP.
Propriedade | Homopolímero | Copolímero | |||
MFI | 3,0 | 0,7 | 0,2 | 3,0 | 0,2 |
Resistência mecânica (MPa) | 34 | 30 | 29 | 29 | 25 |
Alongamento na rotura (%) | 350 | 115 | 175 | 40 | 240 |
Módulo à flexão (MPa) | 1310 | 1170 | 1100 | 1290 | 1030 |
Rockwell Hardness | 95,0 | 90,0 | 90,0 | 95,0 | 88,5 |
Resistência ao impacto (J) | 34 | 46 | 46 | 57,5 | - |
Exemplos de aplicações
Tabela 5 - Exemplos de aplicações de diferentes PPs.
Tipo de carregamento | Aplicações |
PP c/ carbonato de cálcio | Mobiliário de jardim Tabuleiros Brinquedos |
PP c/ talco |
Carcaças e componentes para eletrodomésticos Mobiliários de jardim Indústria automóvel (ventoinhas, carcaças para sistemas elétricos, condutas de ar) Componentes para máquinas de lavar |
PP c/ fibras | Indústria automóvel (ventoinhas, carcaças, cobertura) Tambores de máquinas de lavar roupa Peças técnicas |
PP modificado impacto | Indústria automóvel (baterias, para-choques, spoilers) Carcaças de ferramentas |
Figura 10 - Exemplos de aplicações do PP.
Acetato de etileno-vinil (EVA)
Características principais - É um copolímero de etileno e acetato de vinil. Com percentagens de acetato de vinil que variam de 10 a 40%, com o restante de etileno. É um polímero que se assemelha a um elastómero na fluidez e flexibilidade, no entanto pode ser processado como um termoplástico. É uma borracha termoplástica.
• O material possui boa claridade e brilho;
• Boas propriedades mecânicas mesma a baixas temperaturas;
• Resistente ao environmental stress cracking;
• Boas propriedades de adesivo e resistente à água;
• Resistente aos raios UV;
• Este material tem um odor distintivo e é comparável aos produtos de borracha em muitas aplicações da indústria elétrica;
• Neste material, aumentando a percentagem de acetato de vinil até 50% torna o material menos cristalino e progressivamente mais borrachoso.
Figura 11 - Estrutura química do EVA.
Características relevantes - A presença de acetato de vinil reside no facto de as cadeias reduzirem a regularidade e levando a um controlo mais efetivo da regularidade da cristalinidade; Tanto os copolímeros reforçados com filamentos ou não reforçados, apresentam uma boa flexibilidade, mesmo a baixas temperaturas, e apresentam boas propriedades mecânicas e na ausência de plasticisador providencia uma clara vantagem sob o PVC plasticisado em algumas aplicações; Este material é considerado uma modificação do polietileno de baixa densidade, onde o custo do monómero introduz uma irregularidade na estrutura, reduzindo a cristalinidade e aumentando a flexibilidade, a processabilidade e nos casos de filme, o brilho superficial.
Propriedades mecânicas
Tabela 6 - Propriedades mecânicas do EVA.
Propriedade | Ionómero | Acetato de etileno-vinil | Acrilato de etileno-vinil | Unidade |
Densidade | 0,93 | 0,93-0,95 | 0,93 | - |
Tensão de cedência | 2,2 | 1,3 | 1,05 | 10^3 lbf/in^2 |
Módulo | 28-40 | 11 | 6 | 10^3 lbf/in^2 |
Forma natural de fratura | Dúctil | Dúctil | Dúctil | - |
Temperatura de amolecimento | 71 | 83 | 64 | ºC |
ASTM temperatura de brilho | -100 | -70 | -100 | ºC |
Fator de potência 10^2 Hz | 0,0015 | 0,0024 | 0,001 | - |
Constante dielétrica | 2,5 | 2,8 | 2,8 | - |
Tabela 7 - Propriedades mecânicas do EVA [continuação].
Propriedade - % etileno | 29% | 32% | 38% | 44% |
Densidade | 1,21 | 1,19 | 1,17 | 1,14 |
Tf (ºC) | 188 | 183 | 173 | 164 |
Tg (ºC) | 62 | 61 | 58 | 55 |
Tensão de cedência (MPa) | 96 | 89 | 75 | 62 |
Alongamento na rotura (%) | 75-150 | 100-200 | >180 | >280 |
Módulo de elasticidade (MPa) | 3900 | 3700 | 3100 | 2700 |
Permeabilidade ao oxigénio | ||||
0% | 0,23 | 0,30 | 0,53 | 1,20 |
25% | 0,80 | 0,90 | 1,4 | 2,6 |
Figura 12 - Exemplos de aplicações do EVA.
PVC (plasticisado e não-plasticisado)
Características principais - É um interessante paradoxo que um dos últimos polímeros sintetizados e disponíveis comercialmente, seja, em termos de consumo um dos mais importantes hoje em dia. É um material que conseguiu este sucesso devido à descoberta de estabilizadores de processamento e outros aditivos que o tornou num termoplástico processável.
• É mais vulgarmente processado por extrusão, porque é mais difícil jogar com as temperaturas de processamento na injeção e a decomposição térmica liberta ácido clorídrico corrosivo;
• Utilizado para componentes que têm de ser resistentes à chama e auto-extinguíveis, ou com requisitos de resistência química (soluções salinas, muitos ácidos, bases, gasolina, óleos minerais, gorduras e álcool);
• PVC rígido: duro e rígido como o PS, ligeiramente menos frágil;
• PVC plasticisado: a rigidez depende do tipo e quantidade de plasticisador;
• Geralmente é frágil a baixas temperaturas;
• Mesmo o PVC rígido não pode ser utilizado acima de 60-70 ºC;
• Ligeira tendência para fissurar sob tensão;
PVC não-plasticisado | PVC copolímero de folha | PVC 50 p.h.r. DIOP | |
Densidade | 1,4 | 1,35 | 1,31 |
Resistência à cedência (MPa) | 58 | 48 | 19 |
Alongamento na rotura (%) | 5 | 5 | 35 |
Vicat ponto de amolecimento | 80 | 70 | Flexível na temperatura ambiente |
• Baixo custo;
• Baixas temperaturas de processamento – boa processabilidade, por isso consegue-se boas características de processamento, bom flow path ratio;
• Com base no monómero de estireno foram desenvolvidos outros materiais como o poliestireno de impacto melhorado, nomeadamente através da inserção de uma borracha (butadieno) no material, ficando conhecido como o high impact polystyrene. Foi também desenvolvido o poliestireno expandido, com boas propriedades de isolante térmico e acústico, para embalagem;
Propriedade | Método de teste | Grau geral | Alto peso molecular | Alta resistência à temperatura | Alta fluidez (baixa viscosidade) |
Tensão de cedência (MPa) | ASTM D. 638 - 58T | 40-48 / 6-7 | 45-52 / 6,5-7,5 | 45-52 / 6,5-7,5 | 40-48 / 6-7 |
Alongamento (%) |
ASTM D: 638 – 58T |
1,0-2,5 / 35 |
1,0 – 2,5 / 35 |
1,0-2,5 / 38 |
1,0-2,5 / 35 |
Módulo de elasticidade à tração (MPa) |
ASTM D.638 – 58T |
5,0 | 5,0 | 5,5 | 5,0 |
Módulo de elasticidade à flexão (MPa) |
ASTM D. 790 – 58T |
9-11 / 62/76 | 69-83 / 10-12 | 76-97 / 11-14 | 62-76 / 9-11 |
Resistência ao impacto (ft lbf in^-1) | BSI493 | 0,25-0,35 | 0,25-0,35 | 0,25-0,35 | 0,25-0,35 |
Exemplos de aplicações
Figura 18 - Exemplos de aplicações do PS.
Materiais de engenharia (PC; acetal – POM; Nylon – PA; PBT/PET; PTFE; PMMA)
Poli(carbonato) - PC
Características principais - Pela reação de polihidróxido e de compostos carbónicos e derivados de ácido, uma série de polímeros relacionados podem ser produzidos com carbonato, estes são referidos como policarbonatos. Como resultado de uma intensa investigação, a GE produziu policarbonatos derivados do bisfenol-A e então em 1958 a produção de bisfenol-A foi começada tanto na Alemanha como nos EUA. A GE e a Bayer controlam cerca de 75% do mercado com os seus produtos Lexan e Makrolon. Os graus de policarbonato podem divergir em termos de peso molecular, na presença de um composto secundário de polihidróxido e na presença de aditivos. Devido à sua complicada estrutura química, que envolve grandes custos de produção, o policarbonato baseado no bisfenol-A atingiu uma papel muito especial nos materiais plásticos.
• Rígido até temperatura de 140ºC;
• Resistente até temperatura de 140ºC;
• Alta transparência;
• Muito boas características de isolamento elétrico;
• Virtualmente auto-extinguível;
• Fisiologicamente inerte;
• Excelente estabilidade térmica;
• Excelente acabamento superficial.
Tem como principais desvantagens:
Características relevantes
• A resistência ao impacto do policarbonato baseado no bisfenol-A tem uma grande dependência da temperatura;
Propriedade | Unidade | Método de teste | Graus não-reforçados | Graus reforçados com FV | ||
Peso molecular | - | - | Baixo | Médio-alto | - | - |
% de fibra de vidro | - | - | Nill | Nill | 20 | 35 |
Densidade | - | DIN 53479 | 1,2 | 1,2 | 1,33 | 1,44 |
Resistência à tração (-30ºC) | MPa | DIN 53455 | 83-90 | 83-90 | - | - |
Resistência à tração (23ºC) | MPa | ASTM D. 638 | 65 | 65 | 110 | 127 |
Resistência à tração (100ºC) | MPa | ASTM D. 678 | 55 | 55 | - | - |
Alongamento na cedência | % | ASTM 53455 | 6 | 6-7 | 6 | 4,5 |
Alongamento na rotura | % | DIN 53455 | 110-120 | 80-120 | 8,5 | 2,7 |
Módulo de elasticidade | MPa | DIN 53455 | 2400 | 2400 | 59000 | 10000 |
Tensão cedência na flexão | MPa | DIN 53452 | 93 | 93 | - | - |
Tensão de rotura na flexão | MPa | DIN 53452 | - | - | 150 | 210 |
Resistência impacto Izod | ft lbf | ASTM D. 256 - 56 | 12-16 | 15-18 | ca 2,5 | ca 2,5 |
Sem entalhe impacto Izod | kgf cm cm^-2 | DIN 53455 (22ºC) | no fail | na fail | - | 50 |
Exemplos de aplicações
Figura 17 - Exemplos de aplicações do PC.
Copolímeros baseados no estireno (ABS, ASA, SAN)
ABS (acrilonitrilo-butadieno-estireno)
Características principais - São adequados para muitas utilizações de equipamentos elétrico-eletrónico. Como consequência, um leque alargado de materiais referidos como ABS ficou disponível nos anos de 1950. Desde esse tempo, este polímero ficou bem estabelecido, com uma produção na ordem de 3x10^3 toneladas por ano, apenas superado pelos quatro mais populares, PE; PP; PVC e PS. Em particular, o material ficou indicado para aplicações de housings de equipamento eletrónico e elétrico. Vai derivar as boas propriedades mecânicas e tenacidade ao acrilonitrilo, o bom acabamento superficial à borracha de butadieno e a facilidade de processamento e rigidez ao estireno.
Propriedade | Unidade | Grau geral de PS | PS de médio impacto | PS de alto impacto | Estireno-acrilonitrilo | ABS de médio impacto | ABS de alto impacto | MBS |
Densidade | - | 1,05 | 1,05 | 1,02 | 1,06 | 1,04-1,07 | 1,01-1,04 | 1,07-1,10 |
Resistência à cedência | MPa | 52 | 35 | 14 | 40-70 | 38-48 | 24-40 | 40-55 |
Módulo de elasticidade | MPa | 3900 | 3250 | 1750 | 3700 | 2000-3000 | 1500-2000 | 1700-2500 |
Resistência ao impacto | ft lbf in^-1 | 0,25 | 0,6 | 4,5 | 0,3-0,6 | 1,0-6,5 | 7,0 | - |
Vicat - ponto de amolecimento | ºC | 100 | 94 | 94 | 106 | 100-108 | 104 | 96-99 |
Poli(metil metacrilato) - PMMA
Características principais - Poli(metacrilato de metileno) é, comercialmente, o membro mais importante do leque de polímeros de acrílico que podem ser considerados como derivados do ácido acrílico. Em 1901, Otto Rohm reportou no seu estudo os polímeros acrílicos na sua tese doutoral. O seu interesse nestes materiais, no entanto, não acabou nesta fase e eventualmente em 1927 o Rohm e Hass fizeram em Darmstadt, Alemanha a produção limitada de polimetil acrilato sob o nome comercial de Acryloid e Plexigum.
Este é muitas vezes comparado ao vidro, fica aqui as principais diferenças:
• PMMA é menos denso; a sua densidade varia entre 1150 e 1190 kg/m³. Isso é menos que metade da densidade do vidro, que varia entre 2400 e 2800 kg/m³;
• PMMA tem uma maior resistência ao impacto que o vidro e não se estilhaça, mas pode quebrar em grandes pedaços;
• PMMA é mais macio e tem menor proteção ao risco que o vidro. Isso pode ser contornado por filmes anti-risco;
• PMMA é produzido e processado a temperaturas mais baixas que o vidro: somente 240-250 °C sob pressão atmosférica; Ao contrário do vidro, o PMMA não filtra a luz ultravioleta. PMMA transmite luz UV abaixo dos 300 nm. As moléculas do PMMA têm uma grande estabilidade comparado, por exemplo, com o poli(carbonato);
• PMMA transmite luz na frequência do infravermelho acima dos 2800 nm. Luz infravermelha de grande comprimento de onda, acima dos 25 000 nm, é bloqueada. Fórmulas especiais de acrílicos coloridos existem para permitir a transmissão de comprimentos de onda específicos no espectro do infravermelho, enquanto bloqueia luz visível (380 a 750 nm) para serem utilizadas por exemplo em controlos remotos.
Características relevantes
• Substitutos no átomo de carbono-a é restrito à cadeia de flexibilidade mas, relativamente pequeno leva a uma maior Tg do que o poli(etileno);
• Em consequência de uma Tg de 10´ºC com a sua natureza amorfa, PMMA comercial é então duro e transparente em condições normais de uso.
• Dificuldades podem, no entanto, ocorrer na dissolução de folha de PMMA devido ao alto peso molecular;
• É também uma boa aplicação para aplicações onde boa aparência, boa rigidez e boas propriedades mecânicas são requisitos a considerar-se para justificar o custo extra quando comparado com os materiaks de grande consumo;
• A folha extrudida é mais barata que a folha individual mas devido à existência de alguma orientação molecular, é menos satisfatório oticamente e mais difícil de maquinar.
Propriedades mecânicas
Tabela 13 - Propriedades mecânicas do PMMA.
Propriedade | Unidade | ASTM método de teste | Folha de acrílico | Composição de moldação | Copolímero |
Peso molecular | - | - |
≈ 10^6 |
≈ 60000 | - |
Densidade | - | D.792 | 1,19 | 1,18 | 1,17 |
Resistência mecânica | MPa | D.638 | - | 10,5 | - |
Módulo de elasticidade | MPa | - | 3000 | 2400 | 2750 |
Resistência à flexão | MPa | - | 140 | - | 130 |
Módulo flexão | MPa | - | 2750 | 2750 | - |
Dureza hardness | - | D.785 | M.100 | M.103 | - |
Dureza riscamento | - | D.570 | - | 2-3 | - |
Absorção de água | % em 24h | D.570 | 0,2 | 0,3 | 0,25 |
Izod resistência impacto | ft lbf in^-1 | B.S. | - | 0,4 | - |
Vicat ponto de amolecimento | ºC | - | - | 109-112 | - |
Calor de deflexão | ºC | D.648 | 100 | 85-95 | 80 |
Figura 21 - Propriedades mecânicas do PMMA em ordem à temperatura.
Exemplos de aplicações